O conceito de coping: uma revisão teórica

11/08/2010 20:00

 

  Adriane Scomazzon Antoniazzi
Débora Dalbosco Dell'Aglio
Denise Ruschel Bandeira
Universidade Federal do Rio Grande do Sul

 

Resumo
O conceito de coping tem sido descrito como o conjunto das estratégias utilizadas pelas pessoas para adaptarem-se a circunstâncias adversas ou estressantes. O presente artigo apresenta os modelos de coping de Folkman e Lazarus, e de Rudolph, Denning e Weisz, bem como suas diferentes posições teóricas e metodológicas. As definições de estilos e estratégias de coping, sua eficácia e possíveis relações com traços de personalidade são discutidas. É salientada a necessidade de uma teoria de stress-coping específica para crianças, tendo em vista as mudanças cognitivas que ocorrem no curso de seu desenvolvimento. Este artigo apresenta também questões controversas sobre o tema e aponta a necessidade de pesquisas sobre coping no Brasil, para auxiliar na compreensão e desenvolvimento deste conceito.
Palavras-chave: Coping, Stress, Estratégias de coping, Estilos de coping

 Abstract
The concept of coping: A theoretical review

The concept of coping has been described as the set of strategies utilized by individuals in order to adapt themselves to adverse or stressful events. This review presents two process models of coping: one by Folkman and Lazarus, and the other by Rudolfh, Denning and Weisz, as well as their different theoretical and methodological assumptions. The definitions of styles and strategies of coping, their effectiveness and possible relationships to personality traits are discussed. The need for a theory of stress-coping specific for children is emphasized, due to the cognitive changes which occur along their development. Controversial issues about the subject are discussed and the need for research in Brazil about coping is pointed. This procedure would be helpful for the understanding and development of this concept.
Key Words: Coping, Stress, Coping strategies, Coping styles.

 

O coping é concebido como o conjunto das estratégias utilizadas pelas pessoas para adaptarem-se a circunstâncias adversas. Os esforços despendidos pelos indivíduos para lidar com situações estressantes, crônicas ou agudas, têm se constituído em objeto de estudo da psicologia social, clínica e da personalidade, encontrando-se fortemente atrelado ao estudo das diferenças individuais. Historicamente, três gerações de pesquisadores têm-se dedicado ao estudo do coping. Diferenças marcantes podem ser observadas em suas construções, tanto a nível teórico quanto a nível metodológico, decorrentes de suas filiações epistemológicas (Suls, David & Harvey, 1996).

Desde o início do século, pesquisadores vinculados à psicologia do ego têm concebido o coping, enquanto correlato aos mecanismos de defesa, motivado interna e inconscientemente como forma de lidar com conflitos sexuais e agressivos (Vaillant, 1994). Eventos externos e ambientais, posteriormente incluídos como possíveis desencadeadores dos processos de coping foram, a exemplo dos mecanismos de defesa, categorizados hierarquicamente no sentido dos mais imaturos aos mais sofisticados e adaptativos (Tapp, 1985). Assim, para esta primeira geração de pesquisadores, o estilo de coping utilizado pelos indivíduos era concebido como estável, numa hierarquia de saúde versus psicopatologia.

A partir desta perspectiva inicial, algumas distinções foram sendo feitas no sentido de diferenciar os mecanismos de defesa do coping propriamente dito. A principal modificação feita neste sentido consistiu na distinção entre os comportamentos associados aos mecanismos de defesa, classificados como rígidos, inadequados com relação à realidade externa, originários de questões do passado e derivados de elementos inconscientes. Já os comportamentos associados ao coping foram classificados como mais flexíveis e propositais, adequados à realidade e orientados para o futuro, com derivações conscientes. Esta abordagem tem sido bastante criticada em função das dificuldades teóricas da psicologia do ego de testar empiricamente suas concepções (Folkman & Lazarus, 1980).

A partir da década de 60, estendendo-se pelas duas décadas seguintes, uma segunda geração de pesquisadores apontou para uma nova perspectiva com relação ao coping. Esta nova tendência buscou enfatizar os comportamentos de coping e seus determinantes cognitivos e situacionais (Suls, David & Harvey, 1996). Pesquisadores passaram a conceitualizar coping como um processo transacional entre a pessoa e o ambiente, com ênfase no processo, tanto quanto em traços de personalidade (Folkman & Lazarus, 1985). Esta época foi marcada por importantes avanços na área, que geraram inúmeras publicações, em especial pelo grupo de Lazarus e Folkman (Folkman & Lazarus, 1980, 1985; Lazarus & Folkman, 1984 ).

Mais recentemente, uma terceira geração de pesquisadores têm-se voltado para o estudo das convergências entre coping e personalidade. Esta tendência têm sido motivada, em parte, pelo corpo cumulativo de evidências que indicam que fatores situacionais não são capazes de explicar toda a variação nas estratégias de coping utilizadas pelos indivíduos. Por outro lado, o interesse despertado pela credibilidade científica dos estudos sobre traços de personalidade, em especial, o modelo dos Cinco Grandes Fatores tem ampliado os estudos nesta direção (Holahan & Moos, 1985; McCrae & Costa, 1986; O'Brien & DeLongis, 1996; Watson & Hubbard, 1996). Os traços de personalidade mais amplamente estudados, que se relacionam às estratégias de coping, são otimismo, rigidez, auto-estima e locus de controle (Carver & Scheier, 1994; Carver, Scheier & Weintraub, 1989; Compas, Banez, Malcarne & Worsham, 1991; Lopez & Little, 1996; Parkes, 1984). 

Muitos dos artigos publicados sobre coping referem-se à construção de instrumentos de medida. Embora muitos anos de desenvolvimento teórico e pesquisa tenham se passado, e uma grande variedade de inventários e checklists tenham sido desenvolvidos (por exemplo, Amirkhan, 1990; Carver, Scheier & Weintraub, 1989; Endler & Parcker, 1990; Folkman & Lazarus, 1980), não chegamos, ainda, a um entendimento compreensivo da estrutura do coping.

Modelos de Coping

Numa perspectiva cognitivista, Folkman e Lazarus (1980) propõem um modelo que divide o coping em duas categorias funcionais: coping focalizado no problema e coping focalizado na emoção. Esta construção baseou-se em análises fatoriais que geraram dois fatores principais utilizados pelos pesquisadores para definir os dois tipos de estratégias de coping. Nesta perspectiva, coping é definido como um conjunto de esforços, cognitivos e comportamentais, utilizado pelos indivíduos com o objetivo de lidar com demandas específicas, internas ou externas, que surgem em situações de stress e são avaliadas como sobrecarregando ou excedendo seus recursos pessoais (Lazarus & Folkman, 1984). Esta definição implica que as estratégias de coping são ações deliberadas que podem ser aprendidas, usadas e descartadas. Portanto, mecanismos de defesa inconscientes e não intencionais, como negação, deslocamento e regressão, não podem ser considerados como estratégias de coping. Além disso, somatização, dominação e competência são vistos como resultados dos esforços de coping e não como estratégias (Ryan-Wenger, 1992).

O modelo de Folkman e Lazarus (1980) envolve quatro conceitos principais: (a) coping é um processo ou uma interação que se dá entre o indivíduo e o ambiente; (b) sua função é de administração da situação estressora, ao invés de controle ou domínio da mesma; (c) os processos de coping pressupõem a noção de avaliação, ou seja, como o fenômeno é percebido, interpretado e cognitivamente representado na mente do indivíduo; (d) o processo de coping constitui-se em uma mobilização de esforço, através da qual os indivíduos irão empreender esforços cognitivos e comportamentais para administrar (reduzir, minimizar ou tolerar) as demandas internas ou externas que surgem da sua interação com o ambiente. Este modelo tem sido referido como o mais compreensivo dos modelos existentes (Beresford, 1994).

Rudolph, Denning e Weisz (1995) apontaram contradições nas definições de coping realizadas por diferentes autores. Por definição, coping é visto como um mediador entre um estressor e o resultado advindo desse estressor (Folkman & Lazarus, 1980; Peterson, 1989). Contudo, há uma relação intrínseca entre as estratégias de coping e seus resultados. Este fato tem provocado confusão acerca do que seriam tentativas de coping e resultados de coping (Peterson, 1989), ou recursos de coping e resultados de coping (Beresford, 1994).

Estas dificuldades levaram Rudolph e colaboradores (1995) a propor que o coping deveria ser entendido como um episódio, no qual há uma tentativa de separação entre três aspectos fundamentais: uma resposta de coping, um objetivo subjacente a essa resposta e um resultado. Tal resposta deve ser diferenciada de uma resposta de stress, que é não intencional e sem objetivo.

Nesta perspectiva, considera-se que a resposta de coping é uma ação intencional, física ou mental, iniciada em resposta a um estressor percebido, dirigida para circunstâncias externas ou estados internos (Lazarus & Folkman, 1984). A resposta de stress é qualquer resposta envolvendo uma reação emocional ou comportamental espontânea. O objetivo de coping constitui-se, desta forma, na intenção de uma resposta de coping, geralmente orientada para a redução do stress. Ao propor este esquema, os autores salientam a diferença entre resultados de coping, que são as conseqüências específicas da resposta de coping e os resultados de stress, ou seja, as conseqüências imediatas da resposta de stress. Ambos podem promover, ou não, a adaptação do indivíduo.

Para Rudolph e colaboradores (1995), o episódio de coping faz parte de um processo que sofre influência de múltiplas variáveis. Dois conceitos encontram-se envolvidos nesse processo, os moderadores e os mediadores. Estas variáveis costumam ser utilizadas indistintamente na pesquisa em psicologia social, mas foram diferenciadas por Baron e Kenny (1986) e traduzidas para o coping por Rudolph e colaboradores (1995). Os moderadores são caracterizados como variáveis que afetam a direção ou a intensidade da relação entre uma variável independente e uma variável dependente. Em termos de coping, essa variável seria aquela pré-existente que influenciaria o resultado de coping, mas que não seria influenciada pela natureza do estressor ou pela resposta de coping. Mais especificamente, os moderadores refletiriam as características da pessoa (nível de desenvolvimento, gênero, experiência prévia, temperamento), do estressor (tipo, nível de controlabilidade), do contexto (influência paterna, suporte social) bem como a interação entre esses fatores.

Os mediadores, por sua vez, são definidos como mecanismos através dos quais a variável independente é capaz de influenciar a variável dependente. Especificamente no coping, estes mecanismos seriam, por exemplo, a avaliação cognitiva e o desenvolvimento da atenção. Sua característica principal é que eles seriam acionados durante o episódio de coping, em oposição aos moderadores, que seriam pré-existentes (Rudolph, Denning & Weisz ,1995).

A falta de unanimidade com relação a estes conceitos tem levado os pesquisadores na área a adotarem diferentes nomenclaturas para descrever construtos similares. Desta forma, o que Rudolph e colaboradores (1995) têm descrito como moderadores pode ser relacionado ao conceito de recursos pessoais e sócio-ecológicos de coping, descritos por Beresford (1994). Os recursos pessoais de coping são, segundo este autor, constituídos por variáveis físicas e psicológicas que incluem saúde física, moral, crenças ideológicas, experiências prévias de coping, inteligência e outras características pessoais. Os recursos sócio-ecológicos, encontrados no ambiente do indivíduo ou em seu contexto social, incluem relacionamento conjugal, características familiares, redes sociais, recursos funcionais ou práticos e circunstâncias econômicas.

Segundo sua proposição, a disponibilidade de recursos afeta a avaliação do evento ou situação e determina que estratégias de coping o indivíduo pode usar. Geralmente, as pesquisas têm focalizado os fatores sócio-ecológicos, pois eles são mais facilmente mensuráveis do que os recursos pessoais (Billings & Moss, 1984; Mellins, Gatz, & Baker, 1996; Weisz, McCabe, & Denning, 1994).

Os recursos sócio-ecológicos podem, entretanto, atuar como fatores de risco e de resistência ao ajustamento do indivíduo. Neste sentido, os recursos de coping estão, segundo Beresford (1994), fortemente vinculados à noção de vulnerabilidade, já que a vulnerabilidade aos efeitos do stress é mediada por recursos de coping. Dependendo da qualidade e da disponibilidade destes recursos, o sujeito torna-se mais vulnerável ou mais resistente aos efeitos adversos do stress. Stress e vulnerabilidade podem ser um círculo vicioso, em que o stress afeta os recursos de coping e incrementa a vulnerabilidade.

Estilos e Estratégias de Coping

Tratando-se de coping, é importante distinguir entre o que os pesquisadores têm denominado estratégias de coping e estilos de coping. Embora esta distinção não seja completamente consensual, sua descrição faz-se necessária para uma mais ampla compreensão deste conceito.

Em geral, os estilos de coping têm sido mais relacionados a características de personalidade ou a resultados de coping, enquanto as estratégias se referem a ações cognitivas ou de comportamento tomadas no curso de um episódio particular de stress. Embora os estilos possam influenciar a extensão das estratégias de coping selecionadas, eles são fenômenos distintos e têm diferentes origens teóricas (Ryan-Wenger, 1992).

Estilos de Coping

Segundo Carver e Scheier (1994), as pessoas desenvolvem formas habituais de lidar com stress e estes hábitos ou estilos de coping podem influenciar suas reações em novas situações. Estes autores definem o estilo de coping não em termos de preferência de um aspecto de coping sobre outros, mas em termos de tendência a usar uma reação de coping em maior ou menor grau, frente a situações de stress. No entanto, os estilos de coping não necessariamente implicam a presença de traços subjacentes de personalidade que predispõem a pessoa a responder de determinada forma. Ao invés disso, os estilos de coping podem refletir a tendência a responder de uma forma particular quando confrontados com uma série específica de circunstâncias.

Na literatura sobre coping (Compas, 1987; Rudolph et al., 1995), diversas conceitualizações ou tipologias têm sido apresentadas focalizando traços ou estilos de personalidade relacionadas ao coping. Destacam-se o estudo dos modelos de personalidade de tipo A e tipo B, monitorador e desatento, repressor e sensível, primário e secundário, passivo e ativo, aproximação e evitação, direto e indireto, pró-social e anti-social. Embora apresentados por diferentes autores, estes estilos de coping apresentam muitos elementos em comum, sendo que alguns deles podem ser vistos como paralelos.

O comportamento tipo A é conceitualizado por Mathews (1982) como um estilo distinto de coping com eventos potencialmente incontroláveis. A ênfase é colocada em três componentes do comportamento do padrão A: luta competitiva, um senso de urgência e impaciência e agressividade-hostilidade. Tem sido observado que o padrão de comportamento do tipo A faz mais esforços para controlar uma situação do que o padrão do tipo B. Altos níveis de comportamento tipo A são inversamente relacionados com o nível de empatia, sugerindo que a competitividade, impaciência e os sentimentos hostis a ele relacionados podem desviar o indivíduo da preocupação com o bem-estar dos outros. Não têm sido revelados efeitos da idade sobre o comportamento tipo A, mas um efeito de gênero tem se mostrado consistente, sendo que os meninos têm apresentado maior comportamento Tipo A do que as meninas, em todas as idades.

Miller (1981) apresenta dois estilos de coping denominados monitorador e desatento, e que se referem ao estilo de atenção do indivíduo em situação de stress. O indivíduo representante do estilo monitorador utiliza estratégias que envolvem estar alerta e sensibilizado a aspectos negativos de uma experiência, apresentando uma atenção vigilante, procurando informações e visualizando a situação para controlá-la. O estilo desatento envolve distração e proteção cognitiva de fontes de perigo. O indivídio apresenta um comportamento de desatenção, tendendo a se afastar da ameaça, distrair-se e evitar informações, postergando uma ação.

A tipologia de coping primário e secundário é apresentada por Band & Weisz (1988), segundo a qual primário significa o coping utilizado com o objetivo de lidar com situações ou condições objetivas, e o secundário envolve a capacidade de adaptação da pessoa às condições de stress. O estilo de coping passivo versus ativo (Billings & Moss, 1984; Holahan & Moss, 1985) considera ativo o coping no qual há esforços de aproximação do foco de stress, enquanto o estilo passivo evitaria o foco de stress. Estes estilos também são paralelos ao da tipologia aproximação versus evitação, que inclui vários tipos de estratégias de coping relacionadas aos comportamentos de aproximação e evitação da situação estressante, busca de informação e evitação de informação, focalização da atenção e distração e, ainda, passividade e atividade (Rudolph et al., 1995).

Outras pesquisas (Altshuler & Ruble, 1989; Berg, 1989; Compas et al., 1991) também apresentam o comportamento de coping em crianças através da dimensão de atividade (direta ou indireta) e de sociabilidade (pró-social ou anti-social). No estilo de atividade direta, as estratégias utilizadas objetivam especificamente ao estressor, enquanto que no estilo de atividade indireta, as estratégias procuram evitar ou remediar as conseqüências do estressor. No estilo de coping pró-social, o sujeito procura a ajuda de outros, enquanto que no estilo anti-social há uma ação agressiva contra outros.

Estratégias de coping

Ao contrário dos estilos de coping, ligados a fatores disposicionais do indivíduo, as estratégias de coping têm sido vinculadas a fatores situacionais. Folkman e Lazarus (1980) enfatizam o papel assumido pelas estratégias de coping, apontando que estas estratégias podem mudar de momento para momento, durante os estágios de uma situação estressante. Dada esta variabilidade nas reações individuais, estes autores defendem a impossibilidade de se tentar predizer respostas situacionais a partir do estilo típico de coping de uma pessoa.

As estratégias de coping refletem ações, comportamentos ou pensamentos usados para lidar com um estressor (Folkman, Lazarus, Dunkel-Schetter, DeLongis & Gruen, 1986). Segundo Folkman e Lazarus (1980), estas estratégias podem ser classificadas em dois tipos, dependendo de sua função. O coping focalizado na emoção é definido como um esforço para regular o estado emocional que é associado ao stress, ou é o resultado de eventos estressantes. Estes esforços de coping são dirigidos a um nível somático e/ou a um nível de sentimentos, tendo por objetivo alterar o estado emocional do indivíduo. Por exemplo, fumar um cigarro, tomar um tranqüilizante, assistir a uma comédia na TV, sair para correr, são exemplos de estratégias dirigidas a um nível somático de tensão emocional. A função destas estratégias é reduzir a sensação física desagradável de um estado de stress.

O coping focalizado no problema constitui-se em um esforço para atuar na situação que deu origem ao stress, tentando mudá-la. A função desta estratégia é alterar o problema existente na relação entre a pessoa e o ambiente que está causando a tensão. A ação de coping pode ser direcionada internamente ou externamente. Quando o coping focalizado no problema é dirigido para uma fonte externa de stress, inclui estratégias tais como negociar para resolver um conflito interpessoal ou solicitar ajuda prática de outras pessoas. O coping focalizado no problema, e dirigido internamente, geralmente inclui reestruturação cognitiva como, por exemplo, a redefinição do elemento estressor.

Para Folkman e Lazarus (1980), o uso de estratégias de coping focalizando o problema ou a emoção depende de uma avaliação da situação estressora na qual o sujeito encontra-se envolvido. Existem dois tipos de avaliação de acordo com esta teorização. A avaliação primária é um processo cognitivo através do qual os indivíduos checam qual o risco envolvido em uma determinada situação de stress. Na avaliação secundária as pessoas analisam quais são os recursos disponíveis e as opções para lidar com o problema. Em situações avaliadas como modificáveis, o coping focalizado no problema tende a ser empregado, enquanto o coping focalizado na emoção tende a ser mais utilizado nas situação avaliadas como inalteráveis (Folkman & Lazarus, 1980).

A importância do coping focalizado no problema ou focalizado na emoção pode variar em resposta a diferentes tipos de stress ou diferentes momentos no tempo. Para Carver e Scheier (1994), estas duas categorias são facilmente percebidas à princípio, mas seus efeitos podem ser confundidos. O coping focado na emoção pode facilitar o coping focado no problema por remover a tensão e, similarmente, o coping focado no problema pode diminuir a ameaça, reduzindo assim a tensão emocional. Os estudos indicam que ambas as estratégias de coping são usadas durante praticamente todos os episódios estressantes, e que o uso de uma ou de outra pode variar em eficácia, dependendo dos diferentes tipos de estressores envolvidos (Compas, 1987).

Mais recentemente, foi apresentada uma terceira estratégia de coping focalizada nas relações interpessoais, na qual o sujeito busca apoio nas pessoas do seu círculo social para a resolução da situação estressante. A idéia deste tipo de resposta iniciou com o trabalho de Coyne e DeLongis (1986) e foi estudada mais aprofundadamente por O'Brien e DeLongis (1996), com o objetivo de entender melhor o papel da personalidade e dos fatores situacionais na escolha das estratégias de coping.

Eficácia das estratégias de coping

Outro aspecto controverso na literatura do coping diz respeito à eficácia das estratégias empregadas pelos indivíduos durante os episódios de coping. De acordo com Beresford (1994), embora o julgamento sobre a eficácia ou adaptabilidade das estratégias de coping tenha se mostrado extremamente subjetivo em muitas pesquisas, coping deve ser visto como independente do seu resultado. No modelo de coping e stress proposto por Lazarus e Folkman (1984), qualquer tentativa de administrar o estressor é considerado coping, tenha ela ou não sucesso no resultado. Desta forma, uma estratégia de coping não pode ser considerada como intrinsecamente boa ou má, adaptativa ou mal adaptativa. Torna-se então necessário considerar a natureza do estressor, a disponibilidade de recursos de coping e o resultado do esforço de coping.

Para Compas (1987), ambas as estratégias de coping, focalizada no problema e focalizada na emoção são importantes, mas a sua eficácia é caracterizada por flexibilidade e mudança. Novas demandas requerem novas formas de coping, pois uma estratégia não é eficaz para todos os tipos de stress. O resultado de uma estratégia de coping é difícil de avaliar porque pode mudar com o tempo. Além disso, uma estratégia de coping que alivia imediatamente o stress pode ser a causa de dificuldades posteriores. Beresford (1994) salienta que o processo de coping não pode ser simplificado pois, quando um indivíduo lida com um estressor, as estratégias de coping são utilizadas individualmente, consecutivamente e em combinação. Assim, o impacto de uma estratégia de coping pode ser confundida pelo efeito de outras estratégias.

Coping e desenvolvimento

Lazarus e DeLongis (1983) indicam claramente que os processos de coping variam com o desenvolvimento da pessoa. Essa variabilidade ocorre devido a grandes modificações que se processam nas condições de vida, através das experiências vivenciadas pelos indivíduos. Segundo este ponto de vista, não somente o envelhecimento é levado em consideração, mas também o significado dos eventos estressantes nos diversos momentos da vida dos indivíduos. Devido a essa variabilidade, os autores defendem a idéia de que o coping seja estudado longitudinalmente.

A maioria dos trabalhos sobre processos de coping na criança tem usado a teoria de stress de Lazarus e Folkman (1984), que descreve um processo recíproco de avaliação cognitiva de recursos de coping e de estressores. No entanto, Compas (1987) aponta a necessidade de alterações para aplicar as noções de stress e coping às ações de crianças e adolescentes. Para entender os recursos, estilos e esforços de coping na infância é necessário compreender melhor seu contexto social, tendo em vista a dependência da criança em relação ao adulto para sua sobrevivência. Além disso, os esforços de coping da criança são delimitados por sua preparação biológica e psicológica para responder ao stress. Por outro lado, as características básicas do desenvolvimento cognitivo e social tendem a afetar o que as crianças experimentam como stress e como elas lidam com situações estressantes. Estão incluídas nessas características as crenças sobre a auto-percepção e auto-eficácia, mecanismos inibitórios e de auto-controle, atribuição de causalidade, relacionamento com pais e amigos, entre outras.

Por outro lado, Ryan-Wenger (1992) salienta a necessidade de uma teoria de stress-coping específica para a criança, considerando que os estressores da criança não são os mesmos do adulto. Os estressores da criança se referem a situações com os pais, com outros membros da família, professores ou condições sócio-econômicas que estão fora de seu controle direto. Muitos estressores são mais difíceis de serem modificados pela própria criança do que pelos adultos. O nível de desenvolvimento cognitivo também influencia a utilização de determinadas estratégias, pois a avaliação de um estressor envolve vários processos simultâneos: a criança precisa relacionar o evento estressante com a lembrança de eventos semelhantes enfrentados em outros momentos, necessita definir os parâmetros do evento estressante, tais como a intensidade potencial e a duração e, ainda, avaliar a probabilidade de ocorrência do evento além de sua durabilidade (Peterson, 1989).

Estudos de coping em crianças têm investigado eventos de vida considerados estressantes, tais como situações envolvendo o divórcio dos pais, situações de hospitalização da criança, consultas médicas e odontológicas e situações relacionadas a resultados escolares. (Ayers, Sandler, West, & Roosa, 1996; Carson & Bittner, 1994; Compas, Malcarne, & Fondacaro, 1988; Kliewer, & Sandler, 1993; Weisz et al, 1994). Nestas pesquisas têm sido descritas potenciais diferenças relacionadas à gênero e idade no uso das estratégias de coping. Tem sido verificado que o gênero pode influenciar a escolha das estratégias de coping porque meninos e meninas são socializados de forma diferente. As meninas podem ser socializadas para o uso de estratégias pró-sociais enquanto que os meninos podem ser socializados para serem independentes e utilizar estratégias de coping competitivas (Lopez & Little, 1996).

Quanto à idade, Heckhausen e Schulz (1995) sugerem que as habilidades necessárias para usar coping focalizado no problema ou focalizado na emoção emergem em diferentes pontos do desenvolvimento. Para Compas e colaboradores (1991), as habilidades para coping focalizado no problema parecem ser adquiridas mais cedo, nos anos pré-escolares, desenvolvendo-se até aproximadamente 8 a 10 anos de idade. As habilidades de coping focalizado na emoção tendem a aparecer mais tarde na infância e se desenvolvem durante a adolescência, já que as crianças muito pequenas ainda não têm consciência de seus próprios estados emocionais. Além disto, aprender as habilidades relacionadas ao coping focalizado na emoção através de processos de modelagem é mais difícil do que aprender as habilidades de coping focalizadas no problema, mais facilmente observadas pelas crianças no comportamento dos adultos. Os adolescentes utilizam mais coping focalizado na emoção do que as crianças, mas não diferem de jovens adultos, sugerindo que estas mudanças no desenvolvimento de coping ocorrem até o final da adolescência (Compas et al, 1991).

Diversas pesquisas têm buscado relacionar os processos de coping com adaptação ao stress durante a infância e adolescência. Estes trabalhos têm investigado, mais especificamente, o coping relacionado a apego e separação durante a infância, suporte social, resolução de problemas interpessoais e cognição, coping em contextos aquisitivos, resiliência e invulnerabilidade ao stress, regulação da emoção, temperamento entre outros (Carson & Bittner,1994; Dweck, Goetz, & Strauss, 1980, Hock & Clinger, 1981; Lopez & Little, 1996; Rossman, 1992).

Questões para pesquisas futuras

Um dos pontos ainda controversos e que necessita mais pesquisas refere-se aos construtos envolvidos nos modelos de coping. Por exemplo, a separação entre tentativa de coping e sua resposta é necessária para que se possa utilizar este conceito como preditor de ajustamento e para evitar achados circulares (Folkman, 1984; Peterson, 1989).

Por outro lado, confusões teóricas na utilização de conceitos como estilos, estratégias e tipologias deveriam ser melhor investigadas. A grande diversidade de modelos e tipologias existentes originou o surgimento de uma infinidade de instrumentos que trabalham taxonomias diversas. Porém, se analisados mais detidamente, percebe-se que esses conceitos possuem o mesmo significado, sendo apenas nomeados de forma diferente (Amirkhan, 1990; Carver et al., 1989; Endler & Parcker, 1990).

Duas relevantes questões que dizem respeito ao estudo de coping estão relacionadas à estabilidade e à consistência na avaliação deste conceito. A estabilidade aponta para a manutenção no uso de estratégias de coping com o passar do tempo. No entanto, os pesquisadores têm discordado quanto a melhor forma de se levantar dados sobre coping, questionando a influência da memória nas apreciações que os indivíduos fazem das estratégias que comumente utilizam frente a eventos estressantes (Suls et al., 1996). Um episódio de coping, avaliado logo após a sua ocorrência, tende a ser diferentemente descrito quando comparado a episódios mais antigos ( McCrae & Costa, 1986).

A consistência do coping encontra-se vinculada à noção de que a forma de lidar com situações estressoras é compatível com traços de personalidade, que se mantêm através de uma variedade de situações e através do tempo. Esta noção tem implicações para a associação entre personalidade e coping (Watson & Hubbard, 1996). Estudos têm demonstrado que as pessoas são mais variáveis que consistentes em suas estratégias de coping em diferentes situações (Compas et al, 1988; Folkman & Lazarus, 1980). Entretanto, as informações coletadas até o momento não são suficientes para determinar a influência dos fatores situacionais e disposicionais sobre o coping, impedindo que melhores previsões possam ser feitas sobre seu desenvolvimento.

Quanto a avaliação do coping na criança, faz-se necessária a construção de um modelo específico que desse conta das diferenças evolutivas marcantes, assim como a adequação dos instrumentos a esta população (Ryan-Wenger, 1992). No Brasil, poucos pesquisadores têm-se dedicado a esta área. Alguns estudos realizados de mestrado e doutorado têm buscado investigar coping e suas relações com situações de stress e aspectos psicopatológicos (Chaves, 1994; Cunha, 1997; Ferraz, 1988; Ribeiro, 1995; Savoia, 1995). Correspondendo à grande necessidade de se produzirem instrumentos adaptados e válidos que favoreçam a pesquisa em coping no Brasil, Savóia, Santana e Mejias (1996) publicarm uma adaptação do Inventário de Estratégias de Coping de Folkam e Lazarus.

Instrumentos válidos teriam especial utilização nos estudos com crianças em situação de risco. A realidade brasileira mostra que a exposição a situações de stress, em seu cotidiano, tem levado muitas crianças e adolescentes a desenvolverem problemas de conduta e desequilíbrios emocionais e evolutivos. Entretanto, muitos outros têm superado as adversidades impostas pelo ambiente e têm se desenvolvido de forma adaptada, estudando e trabalhando (Hutz, Koller & Bandeira, 1996). Estes indivíduos, apesar de sujeitos a situações que tendem a interferir negativamente no curso de seu desenvolvimento, apresentam bons resultados em termos comportamentais e de conduta adaptativa (Zimmerman & Arunkumar, 1994). Entre os fatores que viabilizam esta adaptação, atuando como elementos de proteção, encontra-se o coping.

Por estas razões, faz-se necessário o desenvolvimento de estudos sobre coping, através de trabalhos teóricos e, principalmente, empíricos que venham a contribuir para a criação de programas de intervenção e políticas sociais adequadas à população brasileira.

 Referências

Amirkhan, J.H. (1990). A factor analytically derived measure of coping: The coping strategy indicator. Journal of Personality and Social Psychology, 59, 1066-1074.         

Ainsworth, M. D. S. (1979). Infant-mother attachment. American Psychologist, 34, 932-937.         

Altshuler, J. L., & Ruble, D. N. (1989). Developmental changes in children's awareness of strategies for coping with uncontrollable stress. Child Development, 60, 1337-1349.        

Ayers, T. S., Sandler, I. N., West, S.G., & Roosa, M. W. (1996). A disposicional and situational assessment of children's coping: Testing alternative models of coping. Journal of Personality, 64, 923-958.         

Band, E. B., & Weisz, J. R. (1988). How to feel better when it feels bad: children's perspectives on coping with everyday stress. Developmental Psychology, 24, 247-253.         

Baron, R.., & Kenny, D. (1986). The moderator-mediator variable distinction in social psychological research: Conceptual, strategic, and statistical considerations. Journal of Personality and Social Psychology, 51, 1173-1182.         

Beresford, B. A. (1994). Resources and strategies: how parents cope with the care of a disabled child. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 35, 171-209        

Berg, C. A (1989). Knowledge of strategies for dealing with everyday problems from childhood through adolescence. Developmental Psychology, 25, 607-618.        

Billings A. G., & Moos, R. H. (1984). Coping, stress, and social resources among adults with unipolar depression. Journal of Personality and Social Psychology, 46, 877-891.         

Carson, D. K., & Bittner, M. T. (1994). Temperament and school-aged children's coping abilities and responses to stress. The Journal of Genetic Psychology, 155(3), 289-302.         

Carver, C. S., Scheier, M. F., & Weintraub, J. K. (1989). Assessing coping strategies: A theoretically based approach. Journal of Personality and Social Psychology, 56, 267-283.         

Carver, C. S., & Scheier, M.F. (1994). Situational coping and coping dispositions in a stressful transaction. Journal of Personality and Social Psychology, 66, 184-195.         

Chaves, E. C. (1994). Stress e trabalho do enfermeiro: a influência de características individuais no ajustamento e tolerância ao turno noturno. Resumo de: DEDALUS: Tese de Doutorado, USP, São Paulo, Brasil.         

Compas, B. E. (1987). Coping with stress during childhood and adolescence. Psychological Bulletin, 101, 393-403.         

Compas, B. E., Malcarne, V. L., & Fondacaro, K. M. (1988). Coping with stressful events in older children and young adolescents. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 56, 405-411.         

Compas, B. E., Banez, G. A., Malcarne, V., & Worsham, N. (1991). Perceived Control and Coping with stress: a developmental perspective. Journal of Social Issues, 47(4), 23-34.         

Coyne, J.C., & DeLongis, A. (1986). Going beyond social support: The role of social relationship in adaptation. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 54, 454-460.         

Cunha, M. I. (1997). Trabalho em turno noturno e a sexualidade humana: um caminhar na contra-mão. Resumo de: DEDALUS: Dissertação de Mestrado, USP, Ribeirão Preto, Brasil.         

Dweck, C. S., Goetz, T. E., & Strauss, N. L. (1980). Sex differences in learned helplessness: An experimental and naturalistic study of failure generalization and its mediators. Jounal of Personality and Social Psychology, 38, 441-452.          

Endler, N.S., & Parcker, J. D. A. (1990). Multidimensional assessment of coping: A critical evaluation. Journal of Personality and Social Psychology, 58, 844-854.         

Ferraz, A. E. P. (1988). Busca de informações: uma estratégia de "coping". Resumo de: DEDALUS: Dissertação de Mestrado, USP, São Paulo, Brasil.         

Folkman, S. (1984). Personal control and stress and coping processes: A theoretical analysis. Journal of Personality and Social Psychology, 46, 839-852.         

Folkman, S., & Lazarus, R. S. (1980). An analysis of coping in a middle-aged community sample. Journal of Health and Social Behavior, 21, 219-239.         

Folkman, S., & Lazarus, R. S. (1985). If it changes it must be a process: A study of emotion and coping during three stages of a college examination. Journal of Personality and Social Psychology, 48, 150-170.         

Folkman, S., Lazarus, R.L., Dunkel-Schetter, C., DeLongis, A., & Gruen, R. (1986). Dynamics of a stressful encounter: Cognitive appraisal, coping, and encounter outcomes. Journal of Personality and Social Psychology, 50, 992-1003.         

Heckhausen, J., & Schulz, R. (1995). A life spans theory of control. Psychological Review, 102, 284-304.         

Hock, E., & Clinger, J, B. (1981). Infant coping behaviors. Journal of Genetic Psychology, 138, 231-243.        

Holahan, C.J., & Moos, R.H. (1985). Life stress and health: Personality, coping, and family support in stress resistance. Journal of Personality and Social Psychology, 49, 739-747.         

Hutz, C. S., Kohler, S. H., & Bandeira , R. D. (1996) Resiliência e vulnerabilidade em crianças em situação de risco. Coletâneas da ANPEPP, 1(12), 79-86.         

Kliewer, W., & Sandler, I. N. (1993). Social competence and coping among children of divorce. American Journal of Orthopsyquiatric, 63, 432-440.         

Lazarus, R. S., & DeLongis, A. (1983). Psychological stress and coping in aging. American Psychologist, 38, 245-254.         

Lazarus, R. S., & Folkman, S. (1984). Stress, appraisal, and coping. New York: Springer.        

Lopez, D. F., & Little, T. D. (1996). Children's action-control beliefs and emotional regulation in the social domain. Developmental Psychology, 32, (2), 299-312.         

Mathews, K. A. (1982). Psychological perspectives on the Type A behavior pattern. Psychological Bulletin, 91, 293-323.         

McCrae, R. R., & Costa, P. T. Jr. (1986). Personality, coping, and coping effectiveness in an adult sample. Journal of Personality, 54, 385-405.        

Mellins, C.A., Gatz, M., & Baker, L. (1996). Children's Methods of coping with stress: A twin study of genetic and environmental influences. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 37, 721-730.         

Miller, S. M. (1981). Predictability and human stress: Toward clarification of evidence and theory. Advances in Experimental Social Psychology, 14, 203-255.         

O'Brien, T. B., & DeLongis, A. (1996). The interactional context of problem-, emotion-, and relationship-focused coping: The role of the big five personality factors. Journal of Personality, 64, 775-813.         

Parkes, K.R. (1984). Locus of control, cognitive appraisal, and coping in stressful episodes. Journal of Personality and Social Psychology, 46, 655-668.         

Peterson, L. (1989). Coping by children undergoing stressful medical procedures: Some conceptual, methodological, and therapeutic issues. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 57, 380-387.         

Ribeiro, M. A. T. (1995). Mulheres revascularizadas e hipertensas: o coping falhou? – relação entre variáveis psicossociais de stress e doenças coronarianas e hipertensivas em mulheres. Resumo de: DEDALUS: Dissertação de Mestrado, USP, São Paulo, Brasil.         

Rossmann, B. B. R. (1992). School-age children's perceptions of coping with distress: strategies for emotion regulation, and moderation of adjustment. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 33, 1373-1397.         

Rudolph, K. D., Denning, M. D., & Weisz, J. R. (1995). Determinants and consequences of children's coping in the medical setting conceptualization, review, and critique. Psychological Bulletin, 118, 328-357.        

Ryan-Wenger, N.M. (1992). A taxonomy of children's coping strategies: A step toward theory development. American Journal of Orthopsychiatry, 62, 256-263.         

Savóia, M. G. (1995). Relação entre eventos vitais e mecanismos de coping no transtorno do pânico. Resumo de: DEDALUS: Tese de Doutorado, USP, São Paulo, Brasil.         

Savóia, M. G., Santana, P. R., & Mejias, N. P. (1996). Adaptação do inventário de estratégias de coping de Folkman e Lazarus para o português. Psicologia USP, 7, 183-201.         

Suls, J., David, J.P., & Harvey, J.H. (1996). Personality and Coping: Three Generations of Research. Journal of Personality, 64, 711-735.         

Tapp, J. T. (1985). Multisystems holistic model of health, stress and coping. Em: Stress and coping. Field, T. M., McCabe, P. M., & Scheneiderman (Eds.). Hillsdale: Lawrence Erlbaum Associates.         

Vaillant, G.E. (1994). Ego mechanisms of defense and personality psychopathology. Journal of Abnormal Psychology, 103, 44-50.          

Watson, D. & Hubbard, B. (1996). Adaptational style and disposicional structure: Coping in the context of the Five-Factor Model. Journal of Personality, 64, 737-774.         

Weisz, J. R., McCabe, M., & Denning, M. D. (1994). Primary and secondary control among children undergoing medical procedures: Adjustment as a function of coping style. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 62, 324-332.         

 

Sobre as autoras

Adriane Scomazzon Antoniazzi, Débora Dalbosco Dell'Aglio e Denise Ruschel Bandeira são doutorandas do Curso de Pós-Graduação – Doutorado em Psicologia do Desenvolvimento da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Endereço para correspondência:Instituto de Psicologia - UFRGS, Rua Ramiro Barcelos, 2600 Sala 120, Fone: (051) 316-5352, Fax: (051) 330-4797, E-mail: bandeira@vortex.ufrgs.br.

   

Nota

Por não haver, na língua portuguesa, uma palavra única que expresse a complexidade do termo coping e para facilitar a recuperação de informações por interessados no tema, optamos por não traduzir este termo. A tradução da palavra coping pode significar "lidar com", " enfrentar" ou "adaptar-se a".

 

Publicado em: Estudos de Psicologia 1998, 3(2), 273-294

Voltar