Indicações e contra-indicações
19/06/2010 19:22
Indicações e contra-indicações
Raquel Ayres de Almeida
A situação social atual nos mostra que para grande parcela da população a opção que existe é ou tratamentos limitados ou nenhum tratamento, independente de quais sejam os transtornos. Diante dessa falta de opção assistencial, uma terapia breve pode beneficiar todos os pacientes. (Knobel, 1986; Braier, 1991; Fiorini, 2004). Porém, existem os pacientes que se beneficiam mais com esse tipo de tratamento.
Em primeiro lugar, é preciso que se recorra, com critério e segundo cada caso, à técnica interpretativa e à de fortalecimento do ego. Sendo os objetivos limitados, dependerá do próprio caso clínico e do psicoterapeuta poder estabelecer esses objetivos. Para isso, é necessário detectar na primeira entrevista o problema neurótico circunscrito. (Knobel, 1986; Braier, 1991).
Os principais critérios de indicação para uma PB são: inteligência acima do normal; ter tido pelo menos uma relação significativa com outra pessoa durante sua vida; estar vivendo uma crise emocional; capacidade para interatuar bem com o terapeuta-entrevistador e expressar sentimento; motivação para um trabalho duro durante o tratamento; uma queixa principal específica; reconhecimento do caráter psicológico de suas perturbações; capacidade de introspecção que lhe permita transmitir honestamente o que possa reconhecer de si mesmo; desejo de se compreender e uma atitude de participação ativa na procura; disposição para tentar mudanças. (Knobel, 1986; Braier, 1991; Fiorini, 2004).
Alguns autores citam ainda que o paciente deve sofrer de transtornos de início recente e agudo que motivem o tratamento, a psicopatologia deve ser de caráter leve e circunscrito, ter uma personalidade básica sadia, história de relações pessoais satisfatórias e estar num momento propício. (Knobel, 1986; Braier, 1991).
A psicoterapia breve pode fracassar em alguns casos ou produzir variações superficiais, com o desaparecimento de sintomas e a instalação de uma pseudo-adaptação num nível regressivo. Uma terapia não pode, em prazos limitados, suscitar mudanças na estrutura da personalidade, embora possa produzir modificações dinâmicas não-desprezíveis. (Fiorini, 2004).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Braier, E.A. (1991). Psicoterapia breve de orientação psicanalítica. São Paulo: Martins Fontes.
Fiorini, H.J. (2004). Teoria e Técnicas de Psicoterapias. São Paulo: Martins Fontes.
Knobel, M. (1986). Psicoterapia Breve. São Paulo: EPU.
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